Segue um fragmento:

Porque eu era labirinto,
E hoje quando me sinto,
É com saudades de mim.
Passei pela minha vida
Um astro doido a sonhar.
Na ânsia de ultrapassar,
Nem dei pela minha vida...
Não sinto o espaço que encerro
Nem as linhas que projeto:
Se me olho a um espelho, erro -
Não me acho no que projeto.
Regresso dentro de mim
Mas nada me fala, nada!
Tenho a alma amortalhada,
Sequinha, dentro de mim...
Tristes mãos longas e lindas
Que eram feitas pra se dar...
Ninguém mais quis apertar...
Tristes mãos longas e lindas...
Eu tenho pena de mim,
Pobre menino ideal...
Que me faltou afinal?
Um elo? Um rastro?... Ai de mim!
Perdi a morte e a vida,
E louco, não enlouqueço...
A hora foge vivida
Eu sigo, - ai, mas permaneço...
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